Angola Press, 02/01/07, Angola
Pequim, 01/02 - O governo chinês assegurou
hoje que a informação sobre as execuções realizadas no país "está aberta ao
público", mas recusou-se a dar números oficiais a respeito das sentenças de
morte.
"Os tribunais populares normalmente tornam as execuções públicas
e também há informações dos meios de comunicação sobre a pena de morte e
assuntos relacionados com a mesma. Toda a informação está aberta ao público",
disse, em conferência a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Jiang
Yu.
Jiang acrescentou que a Corte Suprema passa os dados em questão à
Assembléia Nacional Popular (ANP, legislativo), mas recuso-se a dizer o número
de executados em 2006 aos jornalistas.
Segundo as organizações de
direitos humanos, cerca de 8 mil pessoas são executadas na China cada ano, mas
em 2005 a Amnistia Internacional (AI) só conseguiu contabilizar cerca de 1.700.
"Controlamos estritamente a aplicação da pena capital e seguimos os
procedimentos legais para salvaguardar os requisitos sobre direitos humanos",
acrescentou a porta-voz. Jiang negou as denúncias feitas por David Kilgour,
ex-secretário de Estado para assuntos da Ásia e do Pacífico do Canadá, sobre a
suposta extração indiscriminada de órgãos de integrantes do movimento espiritual
Falun Gong, proibido pela China.
"Somos muito cuidadosos sobre a
utilização dos órgãos de executados. Temos procedimentos legais muito estritos",
ressaltou.
Bianca Jagger será a porta-voz do 3º Congresso contra a Pena
de Morte, no qual cerca de 80 especialistas de 64 países se centrarão nas
execuções na China, Estados Unidos e em alguns países do norte da África e do
Médio Oriente durante três dias de encontro.
O congresso contra a pena
de morte pedirá a Pequim uma suspensão na aplicação da pena máxima durante os
Jogos Olímpicos de 2008, num texto que pode incluir a assinatura de
atletas.